Consequências do bullying

É importante que os pais e as pessoas que trabalham com crianças e adolescentes entendam que o bullying pode ter efeitos de curto e longo prazo em todos os envolvidos. Embora a maioria das pesquisas sobre bullying tenha sido sobre crianças e adolescentes que sofreram bullying, aqueles que intimidam outras pessoas também são impactados negativamente, assim como aqueles que são intimidados e intimidam outras pessoas, e até mesmo aqueles que não estão diretamente envolvidos, mas testemunham o bullying.

Crianças que sofreram bullying

A pesquisa descobriu que crianças e adolescentes que foram vítimas de bullying podem experimentar efeitos negativos psicológicos, físicos e acadêmicos.

Efeitos psicológicos

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Os efeitos psicológicos do bullying incluem depressão, ansiedade, baixa autoestima, comportamento de autoagressão (especialmente para meninas), uso e dependência de álcool e drogas, agressão e envolvimento em violência ou crime (especialmente para meninos). Embora o bullying possa levar a problemas de saúde mental para qualquer criança, aqueles que já têm problemas de saúde mental têm ainda mais probabilidade de sofrer bullying e experimentar seus efeitos negativos.

Cyberbullying – bullying que acontece com computadores ou dispositivos móveis – também tem sido associada a problemas de saúde mental. Em comparação com colegas que não foram vítimas de cyberbullying, as crianças que sofreram cyberbullying relatam níveis mais elevados de depressão e pensamentos suicidas, bem como maior sofrimento emocional, hostilidade e delinquência.

Efeitos físicos

Bullying e suicídio

O bullying é um fator de risco para depressão e pensamentos suicidas. Crianças que intimidam outras pessoas, são intimidadas ou ambos intimidam e são intimidadas têm mais probabilidade de pensar ou tentar o suicídio do que aquelas que não estão envolvidas em intimidação.

Os efeitos físicos do bullying pode ser óbvio e imediato, como ser ferido por um ataque físico. No entanto, o estresse e o trauma contínuos de sofrer bullying também podem levar a problemas físicos ao longo do tempo. Uma criança que sofre bullying pode desenvolver distúrbios do sono – como dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo – dores de estômago, dores de cabeça, palpitações cardíacas, tonturas, enurese noturna e dor crônica e somatização (ou seja, uma síndrome de sintomas físicos angustiantes que não podem ser explicados por uma causa médica).

Ser intimidado também aumenta os níveis de cortisol – um hormônio do estresse – no corpo, o que normalmente acontece após um evento estressante. O estresse causado pelo bullying pode afetar o sistema imunológico e os hormônios. Estudos de imagem mostram que a atividade e o funcionamento do cérebro podem ser afetados pelo bullying, o que pode ajudar a explicar o comportamento de crianças que foram vítimas de bullying.

Efeitos acadêmicos

A pesquisa mostrou de forma consistente que o bullying pode têm um impacto negativo no desempenho das crianças e adolescentes na escola. Tem um impacto negativo nas notas e nas pontuações dos testes padronizados, começando no jardim de infância e continuando até o ensino médio.

Crianças que intimidam e aquelas que testemunham o bullying

Muito pouca pesquisa foi feito para compreender os efeitos do bullying nas crianças que fazem bullying e nas que testemunham o bullying (por exemplo, espectadores). Mais pesquisas são necessárias para compreender as consequências do bullying sobre os indivíduos que intimidam os outros, especialmente para entender as diferenças entre aqueles que são geralmente agressivos e aqueles que intimidam os outros.

Os estudos de crianças que testemunham o bullying geralmente se concentram em seu papel na situação de bullying (por exemplo, se apoiaram a criança que intimidou ou defenderam a vítima) e por que intervieram ou não. Embora os estudos raramente avaliem os efeitos da exposição ao bullying na testemunha, algumas pesquisas descobriram que as testemunhas do bullying experimentam ansiedade e insegurança com base em seus próprios medos de retaliação.

Crianças que intimidam e também são intimidadas

Crianças e adolescentes que intimidam outras pessoas e que também são vítimas de bullying correm o maior risco de consequências negativas para a saúde física e mental, em comparação com aqueles que apenas intimidam ou estão apenas sendo intimidados. Essas crianças e adolescentes podem experimentar uma combinação de problemas psicológicos, uma percepção negativa de si próprios e dos outros, habilidades sociais deficientes, problemas de conduta e rejeição por seu grupo de pares.

Em comparação com os pares não envolvidos, aqueles que intimidaram outras pessoas e também foram vítimas de bullying. Descobriu-se que apresentam risco aumentado de doenças mentais graves, alto risco de pensar e tentar suicídio e demonstrar maior agressão.

Conclusão

A exposição ao bullying de qualquer maneira – sendo intimidado, intimidando outras pessoas ou testemunhando colegas sendo intimidados – tem efeitos negativos de longo prazo nas crianças. O Suplemento de Crimes Escolares da Pesquisa Nacional de Vitimização de Crimes constatou que, em 2015, cerca de 21% dos alunos de 12 a 18 anos relataram ter sofrido bullying na escola durante o ano letivo.Dada a prevalência de jovens expostos ao bullying em todo o país, é importante entender as consequências do bullying em crianças e adolescentes, como ele se relaciona com outros comportamentos violentos e desafios de saúde mental, a fim de enfrentá-los de forma eficaz.

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Limitações da fonte e da pesquisa

As informações discutidas nesta ficha informativa baseiam-se na revisão abrangente da pesquisa sobre bullying apresentada na National Academies of Sciences, Engineering e o relatório da Medicine intitulado Preventing Bullying Through Science, Policy, and Practice.

Este relatório inclui as pesquisas mais atualizadas sobre o bullying, mas é importante notar que esta pesquisa tem várias limitações importantes. A maior parte da pesquisa é transversal, o que significa que ocorreu em um ponto no tempo. Esse tipo de pesquisa nos mostra quais coisas estão relacionadas entre si naquele momento, mas não pode nos dizer qual coisa veio primeiro ou se uma dessas coisas fez com que a outra acontecesse.

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